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Gonzo em quadrinhos

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Fãs do trabalho do jornalista Hunter S. Thompson ganharam um presentão no mês de maio, com o lançamento de Gonzo: A Graphic Biography of Hunter S. Thompson, uma biografia do lendário e controverso autor em formato quadrinhos. Com texto impecável de Will Bingley e arte de Anthony Hope-Smith, o livro chega ao mercado influenciado pela estética de Terry Gillian (cineasta por trás da adaptação de Medo e Delírio em Las Vegas) e pela própria obra do renomado jornalista americano, um prato cheio para novatos e iniciados.

Todo em preto e branco, formato que não prejudica em nada a psicodelia presente na arte da HQ, o livro cobre os principais trabalhos e períodos da vida do inventor do jornalismo Gonzo. São 180 páginas com diálogos originais e trechos retirados dos textos do autor, tudo isso envolto em uma aura mística e confusa que acompanhou toda a obra de Thompson. Essa é a primeira graphic novel dos dois co-autores, mas não decepcionará os fanáticos de plantão.

Em entrevista concedida ao Wall Street Journal, Hope-Smith falou sobre as maiores influências por traz da criação da HQ: "Visualmente, o truque foi não sentir tímido de aproveitar o Hunter Thompson de Medo e Delírio. Ao invés disso, nós preferimos nos divertir com essa faceta do autor mas estando sempre prontos para mostrar sua humanidade através de sutilezas em sua expressão e linguagem corporal. Nós tentamos criar um equilíbrio entre o homem e sua performance."

Neste ano, a lenda de Thompson voltou à tona com o lançamento de The Rum Diary (Diário de um Jornalista Bêbado), filme estrelado por Johnny Depp e adaptado do primeiro romance escrito por Thompson. Essa é a segunda vez que o astro do cinema vive o Dr. Gonzo, repetindo o papel que interpretou no já citado Medo e Delírio em Las Vegas. Outro filme que levou a lenda às telonas foi Where The Buffalo Roam (Uma Espécie em Extinção, de 1980), com Bill Murray no papel principal.

Acima você vê algumas páginas de Gonzo: A Graphic Biography of Hunter S. Thompson, já a venda através do site da Amazon.

Livro: Gonzo: A Graphic Biography of Hunter S. Thompson
Autor: Will Bingley e Anthony Hope-Smith
180 Páginas
Preço: US$ 11
Editora: Abrams Comic Arts
www.abramsbooks.com/comicarts


Muito além do Capitão Gay

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Reprodução/Marvel

O casamento do Estrela Polar na capa de The Astonishing X-Men #51

O casamento do Estrela Polar na capa de The Astonishing X-Men #51

No ano passado, a capa da Ultimate Comics Spider Man #15, mais nova encarnação do Homem Aranha, saiu com um beijo gay bem evidente, para o desespero dos conservadores de plantão. Mas em 2012, a Marvel e a DC, as duas maiores produtoras de quadrinhos do mundo, vão encarar de vez a avalanche de críticas promovendo um casamento e uma revelação gay nos arcos principais de alguns de seus personagens mais famosos. 

Na edição #51 da série Astonishing X-Men, finalmente o mais famoso personagem gay do universo Marvel vai se casar. Estrela Polar, identidade secreta do canadense Jean-Paul Beaubier, vai subir ao altar com seu namorado Kyle em uma cerimônia que vai reunir os personagens favoritos do universo Marvel. O irmão gêmeo de Aurora será o primeiro personagem da produtora de quadrinhos a se casar com uma pessoa do mesmo sexo, mas não é o primeiro gay da editora, que já havia revelado personagens homossexuais antes. A lista inclui os adolescentes Anole, Graymalkin, Karma, Phat, Bloke e Vivisector, Billy Blue, Hulklin, Wiccano e Xavin. Os mais famosos gays do universo Marvel ainda são o casal de mulheres Mística e Sina.

Reprodução/Marvel

Detalhe do pedido oficial de casamento que Estrela Polar fez ao seu namorado, Kyle

Detalhe do pedido oficial de casamento que Estrela Polar fez ao seu namorado, Kyle

Axel Alonso, editor chefe da Marvel, disse em entrevista ao USA Today que o casamento gay é apenas mais um aspecto da vida real que ele espera que enriqueça as histórias da Marvel. Segundo ele, "sempre que você conta uma história que toca um assunto pelo qual as pessoas são apaixonadas, você se abre para a controversia e para comentários muito calorosos". Com isso, a editora estará pronta para as críticas, que sem dúvida virão.

Já na DC, a bomba foi ainda maior. Durante a Kapow Comic Convention em Londres, a editora confirmou que sentiu-se inspirada pelas declarações de Barack Obama sobre a legalização do casamento gay e que iria "tirar do armário" um dos personagens favoritos de seu universo. Courtney Simmons, vice-presidente senior de relações públicas da casa, afirmou que em um arco a ser publicado em junho, "um dos mais icônicos personagens masculinos do universo DC vai revelar que é gay". As especulações já começaram, com muitas bússolas apontando para o paladino mascarado de Gotham City, Batman, graças à sua sempre comentada relação com Dick Grayson, o primeiro Robin, mas mostraram-se erradas nesta semana.

Nesse universo, os únicos personagens assumidamente gays eram o caricato Extraño, o mecânico da Task Force X, Mitch Sekofsky, o caçador de demônios Constantine (bissexual), o casal Midnighter e Apollo, a Batwoman Kate Kane e o Manto Negro (filho de Alan Scott, o Lanterna Verde original). Nesta quinta (31), a DC confirmou que Alan Scott, da Terra 2 (ou Terra Paralela), onde se desenvolve a série atual do Lanterna Verde, vai assumir ser gay em uma edição do mês de junho.

A multiplicação dos personagens homossexuais nos quadrinhos é um passo importante na aceitação dos gays na sociedade moderna. É assim, com os tabus se quebrando e sendo incorporados à cultura pop, que se vence de vez o preconceito. 

*A edição #204 da revista trouxe um especial Diversidade Sexual que pode ser visto na íntegra aqui.


Reprodução

Lanterna Verde

Alan Scott, o Lanterna Verde da Terra 2


HQ Mix 2012

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Reprodução

Trofeu HQ Mix 2012

Trofeu HQ Mix 2012

No dia 30 de junho, sábado, rola a 24ª edição do trofeu HQ Mix, o Oscar dos quadrinhos brasileiros. Novamente no teatro do Sesc Pompeia, a maior premiação da HQ nacional vai premiar roteiristas, desenhistas e editoras que competem em 30 categorias nacionais e internacionais. O juri é formado por Heitor Pitombo (jornalista), Marcelo Alencar (editor e presidente do júri), Zé Oliboni (crítico e pesquisador), Sam Hart (desenhista de quadrinhos) e Télio Navega (jornalista).

Serginho Groisman será novamente o apresentador e mestre de cerimônias da festa, que começa às 17h do dia 30. Neste ano, o trofeu foi criado por Olintho Tahara, trazendo uma reprodução do personagem Sacarolha, desenho clássico do italiano Primaggio Mantovi.

O HQ Mix foi criado em 1988 pelos cartunistas Jal e Gual com a finalidade de premiar e divulgar a produção de histórias em quadrinhos, cartuns, charges e as artes gráficas como um todo no Brasil. Hoje os trofeus são entregues em parceria com a ACB (Associação dos Cartunistas do Brasil) e o IMAG (Instituto do Memorial de Artes Gráficas do Brasil).

Veja abaixo a lista completa de indicados.

Adaptação para os Quadrinhos
A Cachoeira de Paulo Afonso (Pallas)
Clara dos Anjos (Cia. Das Letras)
Conto de Escola em Quadrinhos (Peirópolis)
Dom Casmurro (Nemo)
Fahrenheit 451 (Globo)
Fernando Pessoa e Outros Pessoas (Saraiva)
Vigor Mortis Comics (Zarabatana)

Chargista
Angeli (Folha de S. Paulo)
Benett (Folha de S. Paulo)
Dálcio Machado (Correio Popular)
Duke (O Tempo)
Gustavo Duarte (Lance)
João Montanaro (Folha de S. Paulo)
Quinho (Estado de Minas)

Caricaturista
Alan Souto Maior
Baptistão
Cavalcante
Gustavo Duarte
Loredano
Manohead
Thiago Hoisel

Cartunista
Cau Gomes
Dálcio Machado
Duke
Jota A
Junião
Léo Martins
Silvano Mello

Desenhista Nacional
Aloísio de Castro (Carcará)
Danilo Beyruth (Necronauta 2)
Gustavo Duarte (Birds)
Lourenço Mutarelli (Quando meu Pai se Encontrou com o ET Fazia Um Dia Quente)
Marcelo Lelis (Saino a Percurá Ôtra Vez)
Rafael Albuquerque (Tune 8 e Vampiro Americano)
Rafael Coutinho (O Beijo Adolescente)

Desenhista Estrangeiro
Cyril Pedrosa (Três Sombras)
Daniel Clowes (Mundo Fantasma)
David Mazzucchelli (Asterios Polyp)
Jacques Tardi (Era A Guerra de Trincheiras)
Milo Manara (Bórgia – Tudo é Vaidade)
Oliver Copiel (Thor)
Shaun Tan (A Chegada)

Destaque Internacional
Ana Luiza Koehler
Fábio Moon e Gabriel Bá
Ivan Reis
Mike Deodato
Rafael Albuquerque
Rafael Grampá
Ricardo Manhães

Edição Especial Nacional
Encruzilhada (Leya/Barba Negra)
Histórias do Clube da Esquina (Devir)
Morro da Favela (Leya/Barba Negra)
Oeste Vermelho (Devir)
Saino a Percurá - Ôtra Vez (Zarabatana)
Tune 8 (Independente)
Vigor Mortis Comics (Zarabatana)

Edição Especial Estrangeira
A Chegada (SM)
Asterios Polyp (Cia. das Letras)
Daytripper (Panini)
Era a Guerra de Trincheiras (Nemo)
Mundo Fantasma (Gal Editora)
Quando lá Tinha o Muro (Tinta Negra)
Três Sombras (Cia. das Letras)

Editora
Cia. Das Letras
Conrad
Devir
Leya/Barba Negra
Nemo
Panini
Zarabatana

Livro Teórico
A História em Quadrinhos no Brasil - Waldomiro Vergueiro e Roberto Elíseo Santos (Laços)
Ângelo Agostini - Gilberto Maringoni (Devir)
Enciclopédia dos Quadrinhos - Goida e André Kleinert (L&PM)
Faces do Humor, uma Aproximação entre Piadas e Tiras - Paulo Ramos (Zarabatana)
Histórias em Quadrinhos & Educação - Formação e Prática Docente - Elydio dos Santos Neto e Marta Regina Paulo da Silva - Orgs. (Editora Metodista)
Linguagem HQ - Nobu Chinen (Editora Criativo)
Super-Heróis, Cultura e Sociedade - Nildo Viana e Iuri Andréas Reblin - Orgs. (Editora Ideias & Letras)

Novo Talento – Desenhista
André Leal (São Jorge da Mata Escura)
Daniel Og (Yuri, Quarta-feira de Cinzas)
Eduardo Damasceno (Achados e Perdidos)
Lu Cafaggi (Mix Tape)
Mário César (Entrequadros)
Magno Costa e Marcelo Costa (Oeste Vermelho e Matinê)
Rael Lyra (MSP Novos 50)

Novo Talento – Roteirista
Hector Lima (MSP Novos 50)
Lillo Parra (Sonho de Uma Noite de Verão)
Luís Felipe Garrocho (Achados e Perdidos)
Magno Costa (Oeste Vermelho)
Mario César (Entrequadros)
Raphael Fernandes (Ditadura no Ar)
Vitor Cafaggi (Valente para Sempre e Duo.tone)

Produção Para Outras Linguagens
Angeli 24h (Documentário)
As Aventuras de Tintim (Filme)
Batman: Ano Um (Longa de Animação)
Capitão América: O Primeiro Vingador (Filme)
O Ogro (Animação)
Pieces (Teatro)
Walking Dead (Série de TV)

Projeto Editorial
1.000 (Barba Negra)
Achados e Perdidos (Independente)
Coleção Fierro (Zarabatana)
Coleção Ópera em Quadrinhos (Ática/Scipione)
Cripta (Mythos)
Graffiti 76% Quadrinhos #21 (Independente)
MSP Novos 50 - Mauricio de Sousa por 50 Novos Artistas (Panini)

Publicação De Aventura/Terror/Ficção
Birds (Independente)
Combate Inglório (Gal Editora)
Cripta (Mythos)
Fábulas (Panini)
Fierro Brasil (Zarabatana)
J. Kendall: Aventuras de uma Criminóloga (Mythos)
Os Mortos-Vivos (HQM Editora)

Publicação De Clássico
Agente Secreto X-9 (Devir)
Arzach (Nemo)
Combate Inglório (Gal Editora)
Cripta (Mythos)
Fantasma – A Saga do Casamento (Kalaco)
Garra Cinzenta (Conrad)
Gen, Pés Descalços (Conrad)

Publicação De Humor Gráfico
Antes Charge do que Nunca (Atorres)
Arvres (Orlando Pedroso)
Caminhos do Santiago (Santiago)
Caricaturas de Letra (Biratan)
Catálogo do Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro (vários)
Só Futebol (Duke)
Uma Patada com Carinho (Chiquinha)

Publicação De Tira
Agente Secreto X-9 (Devir)
Geraldão Espocando a Cilibina (Almedina)
Iscola... O Crime (Independente)
Macanudo # 4 (Zarabatana)
Ordinário (Cia. Das Letras)
Rei Emir Saad – O Monstro De Zazanov (Barba Negra)
Ultralafa (Barba Negra)

Publicação Erótica
Black Kiss (Devir)
Bórgia – Tudo é Vaidade (Conrad)
Futari H (JBC)
Golden Shower 2 (Independente)
Hentai Gold (Geek)
O Perfume do Invisível – Edição Completa (Conrad)
Velta & Mirza (Júpiter II)

Publicação Independente de Autor
Aparecida Blues (Biu e Stêvz)
Birds (Gustavo Duarte)
Duo.Tone (Vitor Cafaggi)
Nanquim Descartável 4 (Daniel Esteves)
O Beijo Adolescente (Rafael Coutinho)
SOS (Felipe Nunes)
Tune 8 (Rafael Albuquerque)

Publicação Independente De Grupo
Almanaque Gótico
Café Espacial
Gibi Gibi
Golden Shower 2
Graffiti 76%
Tarja Preta 7
Zine Extreme

Publicação Independente Edição Única
Achados e Perdidos (Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho)
Birds (Gustavo Duarte)
Duo.tone (Vitor Cafaggi)
Mix Tape (Lu Cafaggi)
O Louco, a Caixa e o Homem (Daniel Esteves e Will)
Quadrinhos A2 (Cristina Eiko e Paulo Crumbim)
São Jorge da Mata Escura (Marcello Fontana e André Leal)

Publicação Infanto-Juvenil
Disney Gigante (Abril)
Epic Mickey (Abril)
Joca e a Caixa (Cia. Das Letras)
Mendelévio e Telúria: Histórias tão Pequenas de Nós Dois
Pateta faz História (Abril)
Pequeno Pirata (Leya/Barba Negra)
Turma da Mônica Jovem (Panini)

Publicação Mix
1000-1 (Cachalote/Barba Negra/Leya)
Fierro Brasil (Zarabatana)
Golden Shower 2 (Independente)
Mad (Panini)
MSP Novos 50 (Panini)
Tarja Preta (Independente)
Vertigo (Panini)

Roteirista Nacional
André Diniz (Morro da Favela)
Carlos Ferreira (Kardec)
Daniel Esteves (O Louco, a Caixa e o Homem e Nanquim Descartável)
Lourenço Mutarelli (Quando meu Pai se Encontrou com o ET Fazia Um Dia Quente)
Marcelo Cassaro (Dbride: A Noiva do Dragão)
Vitor Cafaggi (Duo.tone e Valente para Sempre)
Wellington Srbek (Ciranda Coraci e o Senhor das Histórias)

Roteirista Estrangeiro
Brian Wood (ZDM e Vikings)
David Mazzucchelli (Asterios Polyp)
Giancarlo Berardi (Julia Kendall e Ken Parker)
Jacques Tardi (Era A Guerra de Trincheiras)
Pierre Paquet (Quando eu Cresci)
Robert Kirkman (The Walking Dead)
Shaun Tan (A Chegada)

Tira Nacional
Bifaland (Allan Sieber)
Malvados (André Dahmer)
Manual do Minotauro (Laerte)
Níquel Náusea (Fernando Gonsales)
Ocre (Gilmar)
Quase Nada (Fábio Moon e Gabriel Bá)
Um Sábado Qualquer (Carlos Ruas)

Web Quadrinhos
Dinamica de Bruto – Bruno Maron
Ledd - J.M. Trevisan e Lobo Borges
Meu Monarca Favorito - Tiburcio
Quadrinhos A2 - Cristina Eiko e Paulo Crumbim
Quadrinhos Rasos - Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho
Terapia – Mario Cau, Rob Gordon e Marina Kurcis
Tune 8 – Rafael Albuquerque

Web Tiras
A Vida com Logan – Flávio F. Soares
Minha Talentosa Mão Direita - Gomez
Ryotiras - Ryot
Malditos Designers - Rômulo
Um Sábado Qualquer – Carlos Ruas
Vida e Obra de Mim Mesmo – Ricardo Coimbra
Will Tirando – Will Leite

 

Vai lá: Trofeu HQ Mix 2012
Quando: 
30/06, sábado, às 17h
Onde:
Teatro do Sesc Pompeia - Rua Clélia, 93 - Pompeia, São Paulo
Quanto:
Grátis
Ingressos:
Nas bilheterias do Sesc Pompeia
Informações: 
 www.trofeu-hqmix.blogspot.com.br

O Aranha original

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Nesta semana, começa a maratona de estreias nacionais do novo filme do aracnídio mais famoso dos quadrinhos, O Espetacular Homem-Aranha. Com Andrew Garfield (A Rede Social) no papel de Peter Parker, o filme promete um herói muito mais contundente do que o da tão criticada trilogia do Aranha de Sam Reimi, com Tobey Maguire como protagonista. Dessa vez, o interesse romântico de Parker é Gwen Stacey, interpretada pela maravilhosa Emma Stone, e tudo indica que teremos um Spider-Man muito mais engraçado e sacana do que na primeira série de filmes, exatamente como os mais fanáticos pelas HQs gostariam.

Apesar de ser a aranha mais famosa dos quadrinhos, Peter Parker não foi o primeiro personagem a usar esse nome. Em uma edição longínqua da Whiz Comics, mais precisamente na edição #89, o Capitão Marvel (não confundir com os guerreiros espaciais com esse nome do universo Marvel) enfrentou um peludo e maníaco inimigo que prendia seus rivais em teias. Sim, o Homem Aranha (sem hífen mesmo) original era um nemesis desse super herói da era de ouro e provavelmente também foi um dos mais dementes da história do gênero.

Como o site Io9 relembrou em uma longa matéria, o Homem Aranha da Fawcett Comics (depois comprada pela DC Comics, que hoje detém os direitos do personagem) só apareceu uma vez e depois foi esquecido para sempre. Criado em 1947 por Otto Binder e Kurt Schaffenberger, ele usava uma roupa de pelos e enchia a boca de inocentes com cola que carregava em uma imensa bolsa. Seu corpo era coberto de resina para não grudar em suas teias nojentas onde prendia seus desafetos, incluído aí o então indefeso Capitão Marvel.

A história de oito páginas em inglês está na íntegra no blog de John Glenn Taylor, que cedeu as imagens para a reportagem do Io9.

A estreia mundial de Espetacular Homem-Aranha está marcada para o dia 3 de julho, mas o longa dirigido por Marc Webb (500 Dias Com Ela) só chega ao Brasil no dia 6.

Veja o trailer do filme:

Vai lá: www.io9.com

Animal!

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Homem-formiga
Origem_1979 
Criadores_Stan Lee, Jack Kirb e Lary Lieber 
Poderes_Pode encolher até o tamanho de uma formiga e, ainda assim, manter a força de um ser humano. Comunica-se por telepatia com os insetos.

Rinoceronte
Origem_1966
Criadores_Stan Lee e John Romita
Poderes_Esse inimigo do Homem-Aranha possui força e resistência sobre-humanas. Seus chifres podem penetrar metais. É à prova de balas e resiste a altas temperaturas e bombas.

Homem-aranha
Origem_1962
Criadores_Stan Lee e Steve Ditko
Poderes_Tem a habilidade de aderir a superfícies sólidas e de disparar, a partir do pulso, teias altamente resistentes. Prevê perigos com seu “sentido de aranha”. Quando esta edição chegar às bancas, o novo longa-metragem do aracnídio, O espetacular Homem-Aranha, já deve ter estreado no Brasil. Depois de três blockbusters dirigidos por Sam Raime, o novo filme retoma a franquia nas mãos do diretor Marc Webb.

Lagarto
Origem_1963
Criadores_Stan Lee e Steve Ditko
Poderes_É capaz de controlar répteis. Tem regeneração espontânea, garras, unhas e dentes afiados. Outro vilão para atrapalhar a vida do Homem-Aranha.

Homem-animal
Origem_1965
Criadores_Dave Wood e Carmine Infantino
Poderes_É o herói biomimético por excelência. Tem a capacidade de copiar as habilidades naturais de qualquer animal que esteja próximo. Consegue se comunicar com os bichos e controlar suas mentes.

Namor, O Príncipe submarino
Origem_1939
Criador_ Bil Everett
Poderes_ Com fisiologia anfíbia, é capaz de respirar debaixo d’água e nadar em altíssima velocidade. Herdeiro do reino de Atlântida, Namor consegue se comunicar por telepatia com os seres aquáticos.

Hall da fama da HQ

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Mito da caricatura e dos quadrinhos underground dos EUA, Drew Friedman é o que chamamos de um "artista dos artistas". Sucesso entre os fãs, a crítica e os companheiros de profissão, Friedman é um surrealista por natureza e sempre gostou de criar histórias com personagens famosos da cultura pop.

Em sua mais nova série de caricaturas, ele homenageia grandes nomes internacionais dos quadrinhos com retratos de seus mestres e amigos. A Legends of Comics Portraits traz ilustrações com Harvey Kurtzman e Will Elder (fundadores da revista americana Mad), Wally Wood (rei dos letterings na era de prata dos quadrinhos DC), Basil Wolverton (grande difusor do estilo bizarro que viria a influenciar uma geração inteira no fim dos anos 70), Harvey Pekar (autor da cultuada série American Splendor) e o inimitável Robert Crumb.

Além da série em questão, Friedman é autor das caricaturas da série de livros Old Jewish Comedians, Any Similarity to Persons Living or Dead is Purely Coincidental e The Fun Never Stops, todos considerados obras-primas dos retratos em caricatura dos EUA. Nos últimos anos lançou ainda Sideshow Freaks, onde mostra sua obsessão pelas chamadas "aberrações de circo" e Too Soon?: Famous/Infamous Faces 1995-2010, onde mostra sua especialidade maior: reimaginar grandes nomes da cultura pop.

Veja na galeria os retratos da série Legends of Comics. Para conhecer mais sobre seu trabalho, dê um pulo no seu site oficial.

Vai lá: www.drewfriedman.blogspot.de

Heróis nas telonas

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2012 está longe de acabar, mas já ficou marcado como o "ano dos super heróis no cinema". O sucesso estrondoso de Os Vingadores puxou a fila para a estreia muito bem sucedida de O Espetacular Homem-Aranha, sem contar que ainda temos neste mês a estreia do capítulo final da trilogia de Christopher Nolan para a saga de Batman com O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Neste ano ainda teve o segundo filme do Motoqueiro Fantasma e o muito comentado Abraham Lincoln - Caçador de Vampiros, o último chegando por aqui no dia 31 de agosto.

Durante o último fim de semana, a Marvel confirmou na Comic-Con o lançamento de mais quatro filmes dos estúdios, a chamada "fase dois" do projeto Vingadores. Na convenção de quadrinhos de San Diego, a comic house confirmou lançamento e títulos dos filmes Thor: The Dark World, Capitain America: The Winter Soldier, Ant-Man e Guardians of The Galaxy, além da primeira arte oficial de Homem de Ferro 3.

Na lista abaixo você fica sabendo das informações confirmadas para os maiores filmes de super heróis confirmados para os próximos anos, com créditos e elenco presentes onde possível.

Divulgação

Batman

 

Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
Estreia no Brasil: 27 de julho de 2012
Elenco: Christian Bale, Tom Hardy, Liam Neeson, Joseph Gordon-Levitt, Anne Hathaway e Michal Caine
Trama: Último episódio da trilogia mostra o retorno do morcego depois de quase oito anos fugindo das autoridades de Gotham. Desta vez, Batman (Bale) enfrenta o terrorista Bane (Hardy), um dos mais sangunários vilões de todo universo dos quadrinhos DC
Direção: Christopher Nolan

Juiz Dredd
Estreia no Brasil: 21 de setembro de 2012
Elenco: Karl Urban, Olivia Thirlby, Wood Harris, Scott Sparrow e Lena Headey
Trama: Reboot britânico da história de Megacity e seus vingadores mascarados que protegem a ordem em um futuro pós-apocalíptico.
Direção: Pete Travis

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Iron Man 3

 

Homem de Ferro 3
Estreia no Brasil: 26 de abril de 2013
Elenco: Robert Downey Jr., Guy Pearce, Ben Kingsley, Gwyneth Paltrow e Cobie Smulders
Trama: No terceiro filme da série, o playboy Tony Stark encara o desafio maior da saga até agora: a luta contra um dos mais populares vilões do universo Marvel, o Mandarim
Direção: John Favreau

Superman: O Homem de Aço
Estreia no Brasil: 14 de junho de 2013
Elenco: Henry Cavill, Russel Crowe, Amy Adams, Kevin Costner e Laurence Fishburne
Trama: Mais um reboot do mais famoso kryptoniano dos quadrinhos. Com promessas de ser o mais impressionante filme do Homem de Aço de todos os tempos
Direção: Zack Snyder

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Thor: The Dark World
Estreia no Brasil: segundo semestre de 2013
Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddleston, Anthony Hopkins e Zachary Levi
Trama: Sequência do mega-sucesso de 2011 leva o Deus do Trovão para mais uma aventura através do Bifrost. Vilões e história ainda não confirmados.
Direção: Alan Taylor

The Wolverine
Estreia no Brasil: segundo semestre de 2013
Elenco: Hugh Jackman, Hiroyuki Sanada, Rila Fukushima e Will Yun Lee
Trama: No terceiro episódio do spin-of dos X-Men, Logan viaja para o Japão onde treina com uma ordem de guerreiros samurais
Direção: James Mangold

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Capitão América: The Winter Soldier
Estreia no Brasil: 4 de abril de 2014
Elenco: Chris Evans e Samuel L. Jackson
Trama: Continuando do exato ponto onde o filme Os Vingadores parou, o Capitão Steve Rogers e o comandante da S.H.I.E.L.D Nick Fury continuam lutando contra o terrorismo internacional.
Direção: Antonhy e Joseph Russo

Homem-Formiga
Estreia no Brasil: 2014
Elenco: não-confirmado
Trama: A história da transformação do bioquímico Dr. Hank Pym em Homem-Formiga, personagem da segunda linha de super herois da Marvel que chegou a integrar o time dos Vingadores nos quadrinhos
Direção: Edgar Wright

Divulgação

Guardians of the Galaxy

Guardians of the Galaxy

Guardians of The Galaxy
Estreia no Brasil: segundo semestre de 2014
Elenco: Não divulgado
Trama: Os superherois futuristas do universo Marvel ganham seu primeiro filme, com participações dos herois Star-Lord, Destruidor Drax, Gamora, Rocket Racoon e Groot
Direção: Não divulgado

O Espetacular Homem-Aranha II
Estreia no Brasil: segundo semestre de 2014
Elenco: não confirmado
Trama: Segundo episódio da nova trilogia do aracnídio mais famoso dos quadrinhos, que deverá contar novamente com Andrew Garfield e Emma Stone
Direção: Não confirmada

X-Men Primeira Classe II
Estreia no Brasil: segundo semestre de 2014
Elenco: James McAvoy e Michael Fassbender
Trama: Na segunda metade dos anos 60, a agora dividida academia do professor Charles Xavier encara o desafio mutante contra mutante enfrentando os discípulos de Magneto
Direção: Matthew Vaughn

Scott Pilgrim em cores

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Terminada em julho de 2010, a minissérie canadense Scott Pilgrim foi um dos maiores sucessos dos quadrinhos dos últimos 10 anos. Com roteiro e desenhos de Bryan Lee O'Malley, a história de um jovem roqueiro de Toronto que tem de enfrentar os sete ex-namorados do mal da garota de seus sonhos ganhou ainda mais fãs com a adaptação para o cinema, Scott Pilgrim Contra o Mundo, dirigida por Edgar Wright e estrelada por Michael Cera, Mary Elizabeth Winstead e Jason Schwartzman.

Toda desenhada em preto e branco, a série de seis volumes ganha uma versão colorida que chega ao mercado na América do Norte na primeira metade de agosto. Colorizadas por Nathan Fairbairn (Wolverine, Batman Incorporated), a edição em cores do volume I dá uma nova perspectiva para os fãs da série e leitores ainda não iniciados.

No Brasil, ainda não há previsão de lançamento para a versão colorida. Aqui, os seis volumes originais sairam agrupados em três edições duplas em brochura, coincidindo com o lançamento do filme em terras tupiniquins. A versão americana colorida sai com capa dura em formato maior que os originais, com o lettering atualizado e com alguns paineis completamente redesenhados.

O segundo volume chega às lojas dos EUA e Canadá em outubro deste ano. Os volumes 3 e 4 saem em 2013, com os episódios finais chegando até o fim de 2014.

Na galeria você vê algumas páginas já coloridas e a capa da primeira edição em cores de Scott Pilgrim. No player você vê a música que inspirou a criação da série, "Scott Pilgrim", das rainhas do colege rock canadense, o Plumtree.


Amigos invisíveis

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A convite da Trip, três quadrinistas prestam uma homenagem aos companheiros de infância que só existiam na imaginação deles

O amigo da onça original

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O adjetivo todo mundo já ouviu. Ele invadiu o léxico brasileiro em uma piada e ganhou corpo na redação da revista O Cruzeiro. Foi ali que o cartunista Péricles criou um homem sem pescoço e com cara de fuinha que eternizou a expressão “Amigo da Onça”, ao mesmo tempo que concebeu o embrião genealógico do humor negro dos Fradinhos de Henfil e dos Skrotinhos de Angeli.

Em 2010, o Estúdio Saci começou a produzir curtas inspirados nas charges de Péricles. "Tudo começou comigo e o Jal. Depois, tocamos os trabalhos em parceria com o Núcleo de Animação 3D do Senac", contou Fernando Carvall, cartunista e diretor do estúdio. O Jal em questão é José Alberto Lovetro, criador do Trofeu HQ Mix e detentor dos direitos sobre o Amigo da Onça.

"O personagem tem uma relação imagética com o público. Todos esperavam ansiosos a nova charge do Onça", relembra Jal. "Nos anos 90 fiz um acordo com a dona Angélica, viúva de Péricles, para começarmos a produzir novas tiras". Assim as portas se abriram para a produção da animação, em busca de um público novo para o Amigo da Onça.

"Pouca gente liga a expressão ao personagem. As adaptações 3D colocam o pessoal mais jovem em contato com o Onça", explicou Carvall, fazendo coro com o parceiro de roteiros. "Basta você fazer uma coisa que não seja legal para seu amigo que você será para sempre conhecido como amigo da onça", encerra Jal.

A piada que originou a expressão Amigo da Onça:

Dois caçadores conversam:
- O que você faria se uma onça aparecesse?
- Ora, dava um tiro nela.
- Mas se não tivesse nenhuma arma?
- Então eu usava meu facão.
- E se estivesse sem facão?
- Subiria na árvore mais próxima!
- E se não tivesse nenhuma árvore?
- Sairia correndo.
- E se você estivesse paralisado?
Então o outro retruca:
- Mas você é meu amigo ou amigo da onça?

Um pouco mais sobre o criador do Amigo da Onça

Péricles De Andrade Maranhão nasceu em Recife (PE) em 14 de agosto de 1924. Aos 19 foi escolhido para desenhar o Amigo da Onça, criando mais de duas mil charges do personagem em 17 anos. Cometeu suicídio no reveillon 1961, asfixiado por gás de cozinha. Fez sua última piada deixando um bilhete na porta de casa pedindo: “por favor, não risquem fósforos”

Bruno Maron

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"Bruno Maron é o terror", escreveu o cartunista Allan Sieber em seu blog, sobre o carioca de 34 anos, autor do ácido Dinâmica de Bruto. Já na visão do próprio, a análise é naturalmente mais cruel: "Dinâmica de Bruto é uma tentativa pretensiosa de denunciar a 'apatia dos homens', mas sinceramente, o desenhista do blog é uma pessoa apática, mimada e totalmente enredada pelo contexto classe-média-amedrontada. Só me mobilizo mesmo quando cai o sinal da NET".

Seus quadrinhos são ataques direto no queixo do status quo e da classe média. As tiradas são extremamente cáusticas, na escola do humor da HQ brasileira dos anos 80. "Sou fascinado por essa fase dos anos 80; na mesma época em que eu lia quadrinhos de criança, como os do Maurício de Souza, acabei tendo contato com os quadrinhos do Angeli, do Laerte e do Glauco. E isso foi muito estranho, um tipo de choque mesmo, por eu ter acessado aquilo ainda muito jovem", contou Bruno na entrevista que você lê abaixo.

Trip - Quanto tempo já tem o Dinâmica de Bruto? 
Bruno Maron - Tudo começou por volta de 2009. Foi quando eu comecei a tomar coragem para mostrar meu trabalho. Esse momento em que você decide mostrar o que você faz é um momento muito difícil. Pelo menos foi pra mim. Em 2010 eu já estava totalmente decidido a fazer quadrinhos e mostrá-los para as pessoas. O legal foi que de cara eu mandei uma tirinha para o Allan Sieber e achei que ele nem ia ver. Aí na semana seguinte ele foi lá e me linkou no blog dele, o que eu considerei uma bela chancela. Quando ele fez isso eu vi que muita gente comentou e fiquei maluco. Foi aí que eu vi que poderia construir um público. Afinal, tem público pra tudo hoje em dia [gargalhadas].

Quando você começou a desenhar e se interessar por quadrinhos?
Eu comecei a desenhar mesmo desde que eu nasci. Desde que eu consigo me lembrar, pelo menos. Sempre gostei de desenhar. E também foi muito cedo que comecei a me interessar por quadrinhos. Foi engraçado porque na mesma época em que eu lia quadrinhos de criança, como os do Maurício de Souza, acabei tendo contato com os quadrinhos do Angeli, do Laerte e do Glauco. E isso foi muito estranho, um tipo de choque mesmo, por eu ter acessado aquilo ainda muito jovem. Eu não conseguia entender tudo. Mas ao mesmo tempo aquilo me cativou a ponto de eu realmente começar a gostar.

A essa altura a semente já estava plantada...
Exatamente. Depois fui gostando cada vez mais desses caras. Eu gostava muito do Fernando Gonsales e até do Adão Iturrusgarai, que chegou um pouco depois mas que ainda se confunde com essa época. Então sou fascinado por essa fase dos anos 80, especialmente porque lidava muito com a questão da sexualidade. Como garoto, ter contato com isso foi muito empolgante. Gosto muito desse trio Laerte, Angeli e Glauco, como gosto do trio atual que é o André Dahmer, o Arnaldo Branco e o Allan Sieber.

O que mais te inspira a desenhar hoje? Acompanha o noticiário? 
Procuro a maior abrangência de assuntos possível. Mas eu confesso ser um cara muito mais da realidade do que da fantasia. Estou sempre acompanhando a grande mídia e a mídia alternativa. E é engraçado. Por si só essas informações conflitantes na mídia já são uma forma de humor. Essa contradição traz um material farto [risos].

Ainda mais agora em que existem os "especialistas em todos os assuntos"...
Justamente. Acho incrível como agora todo mundo se sente solicitado a dar opinião sobre tudo. As pessoas falam sobre qualquer coisa. Todo mundo perdendo as melhores chances de ficar calado. E é difícil, porque se você não dá opinião sobre tudo parece que o idiota é você [risos]. Tempos de ditadura da opinião...

"Acho incrível como agora todo mundo se sente solicitado a dar opinião sobre tudo. As pessoas falam sobre qualquer coisa. Todo mundo perdendo as melhores chances de ficar calado"

Você trabalha na base da porrada. As tiras tendem a ser densas e pesadas, sempre com muita acidez envolvida. Você se sente refém de todos os problemas que você aponta? Você sofre com as coisas que você denuncia?
Eu não sou uma pessoa deprimida. Mas o fato é que ao observar os problemas de um lugar, mesmo que eles não tenham um impacto direto em você, te afeta de um jeito ou de outro. Eu gosto de lidar com questões como a ansiedade, que é algo universal e que todo mundo sente, por exemplo. Esse é um caso de uma coisa que eu sinto na pele e que realmente me afeta. Quase me mata [risos]. Mas eu também falo de miséria, de pobreza. Eu sempre fui de classe média. Nunca passei fome. Mas o fato de ser da classe média também gera neuroses específicas. O cara da classe média não pega no pesado e não sente a carne doendo. Ali rola um distanciamento e um preconceito em relação ao trabalho braçal e é isso que mais distancia a as classes médias e altas das classes ditas baixas. Isso passa uma sensação de fragilidade muito grande. Não existe um problema que não te atinja em nenhuma camada.

Como é ser de uma cidade como o Rio de Janeiro, onde as pessoas têm esse ar otimista e que há um panorama bem particular do encontro de pobreza e riqueza que acontece como em nenhum outro lugar? Como isso influencia no seu trabalho?
Essa coisa do Rio me chateia bastante. Me mudei para São Paulo há um ano porque eu já estava muito de saco cheio da mentalidade predominante do carioca. Já começa com essa coisa de que "o Rio é a Zona Sul". A Zona Sul comporta 5% do território do Rio de Janeiro e no entanto as pessoas ignoram todo o universo que existe fora dalí. Existe esse "zona-sul-centrismo" [risos]. Isso é horrível, é a coisa mais elitista que existe.

E essa mentalidade zona sul é forçada no resto da cidade...
Eu vejo assim: é um absurdo quem mora no Leblon, os xiitas do Leblon, terem preconceito com quem é de Laranjeiras. Do mesmo jeito que é absurdo o cara das Laranjeiras ter preconceito com quem é da Tijuca e assim por diante. E toda essa festividade de Copa e Olimpíadas no Rio é uma grande balela. Isso vai enriquecer pouca gente e vai deixar a cidade na mão. Por isso eu concordo com o que Marcelo Freixo fala sobre isso. Não sei qual o plano dele para melhorar essa questão, mas a observação que ele faz é altamente pertinente. Estão transformando o Rio de Janeiro em um playground pra milionário e o pessoal está achando legal, porque quem tem dinheiro pra entrar no show tá gostando.

"Não sou uma pessoa deprimida. Mas ao observar os problemas de um lugar, mesmo que eles não tenham um impacto direto em você, te afeta de um jeito ou de outro. Eu gosto de lidar com questões como a ansiedade, que é algo universal e que todo mundo sente. Esse é um caso de uma coisa que eu sinto na pele e que realmente me afeta. Quase me mata [risos].

O que te motivou a começar a publicar na Internet?
Eu não vejo uma forma melhor de divulgar o seu trabalho do que a internet. É fácil demais. Eu desenho, escaneio e publico a qualquer hora, sabendo que tem um bilhão de pessoas que podem ver o desenho na mesma hora. Fora que tem um milhão de ferramentas de divulgação. Penso que é muito estranho uma pessoa investir em um formato de disseminação do trabalho que não seja a internet, especialmente para quem está começando. Hoje, o livro e qualquer outro suporte físico são consequências de um trabalho inicial na internet.

E como foi a adaptação à nova mídia quando passou a desenhar para o "Folhateen", em março deste ano?
No começo foi bem difícil, mais por causa do tamanho específico de cada tira do que qualquer outra coisa. Quando o quadrinho é pro blog eu não gosto de me preocupar com o número de quadros ou a quantidade de texto. Meu trabalho ali é o caos absoluto [risos]. Desenhando para a Folha eu tenho que me policiar com o espaço e pensar o trabalho para esse formato.

Ali rola uma preocupação extra com os temas, especialmente por ser uma publicação para adolescentes? Existe uma cartilha ou alguma espécie de censura?
A censura que existe ali é interna, é minha. Já entendi como são os quadrinhos da Folha. Eu sei que esse espaço específico do "Folhateen" é um lugar onde não dá para perder a linha. Se é direcionado para adolescentes eu acho que é legal tomar um certo cuidado para não ser extremamente cáustico ou muito erudito. Me preocupo em transmitir uma mensagem que tenha um valor, que não seja muito branda ou chapa branca, mas ao mesmo tempo não sinto a necessidade de ser extremamente contundente o tempo todo. Até porque no meu blog tenho liberdade total. Não quero ser corrosivo em tudo que eu faço, gosto de passear.

"Meu maior inimigo é o clichê. (...) O que eu quero é apresentar o meu ponto de vista, que aliás é completamente discutível [risos]. Duvido seriamente de todas as minhas convicções."

Do que você tenta se distanciar quando desenha?
Meu maior inimigo é o clichê. O que eu mais quero é destruir clichês. Não quero fazer nada esquemático, apelativo ou com mecanismos humorísticos que todo mundo usa, que estão desgastados e completamente erodidos. Certos tipos de ironia, de exagero e de trocadilhos infames de pastelão. Também tento me distanciar dessa coisa panfletária, militante... Acho tudo isso detestável. O que eu quero é apresentar o meu ponto de vista, que aliás é completamente discutível [risos]. Duvido seriamente de todas as minhas convicções.

Lembro que uma vez vi alguém fazendo uma piada na internet dizendo que o Ed Motta tinha cara de quem diz: "Gibi não! É Graphic Novel!". Como você vê essa pressão pelo reconhecimento da HQ como forma de arte bem estabelecida?
Essa glamourização da graphic novel é uma enorme besteira. Acho um saco esse complexo de vira-lata que existe no mundo dos quadrinhos. É triste toda essa humildade, de gente boa implorando pro mundo e pro mainstream abarcarem o quadrinho como arte. Isso não existe! Se você é quadrinista e ama o quadrinho, seu trabalho é sua arte e ponto final. Não vou ficar esperando uma autorização, não tem essa. E dane-se o que estão falando.

Se não fosse cartunista, o que faria da vida?
Cara, eu me pergunto isso todo dia. Quero fugir dessa parada [risos]. Eu me vejo um pouco como músico frustrado. Mas se não fosse cartunista eu acho que seria astrônomo, ou geógrafo, de repente algo assim e que não tem muito a ver com o que eu faço.

Pô, então ganhar dinheiro não é com você né? 
[rindo] É verdade, esse negócio de dinheiro nunca foi pra mim. O dinheiro me odeia [risos]. Tanto é que eu adoro criticar isso. Acho que é uma espécie de ressentimento material.

Bruno Maron

Bruno Maron por ele mesmo


Vai lá: http://dinamicadebruto.interbarney.com

Beatles em quadrinhos

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Duzentas tiras e páginas de quadrinhos dedicadas aos Beatles. Essa é a premissa básica por trás da coletânea Beatles in Comic Strips, dos italianos Fabio Schiavo (jornalista e colecionador de memorabília da banda) e Enzo Gentile (historiador especializado em bandas de rock), lançada no final de agosto pela editora Skira. No total são 240 páginas trazendo HQs famosas e raras de trabalhos que retratam todas as etapas da carreira do Fab Four, desde sua fundação e residência nos clubes underground da Alemanha até a separação do grupo e as mortes de John Lennon e George Harrison.

As histórias em si são um colírio para os olhos dos fanáticos pela banda. Já no quesito coletânea o lançamento deixa a desejar, já que as informações sobre a publicação e autoria das histórias reproduzidas são muito reduzidas. O trabalho de pesquisa, apesar de muito bem feito, falha em transmitir informações centrais a respeito das tiras, o que é um pouco frustrante para leitores mais interessados nos pormenores das HQs.

"Esta coleção tem cópias de comics criados nas mais distintas situações, é muito difícil nomear alguma aparição mais habitual ou repetida dos Beatles. Em algumas aparecem como eles próprios, coisa que já dá muitas possibilidades para o argumento. Noutras podem ser alienígenas vindos de mundos longínquos, noutro espaço e noutro tempo", explicou o co-autor Fabio Schiavo em entrevista ao site português iOnline.

"Já apareceram como Skrulls [inimigos extraterrestres do Quarteto Fantástico que podem assumir diferentes formas; um deles, John the Skrull, tem a aparência de Lennon]; e até já fizeram participações especiais em histórias do Pete Wisdom [o agente secreto britânico feito herói graças a habilidades mutantes, obra da Marvel]. Depois há aparições inesperadas. Por exemplo, na edição italiana “Topolino e il quarto Beatle”, o Mickey e o Pateta viajam no tempo até Liverpool do início de 60 em busca de uma guitarra de Paul McCartney mas é o Pateta que acaba como baterista, no lugar do Ringo. A aventura depois é fazer com que tudo volte à normalidade. Sobretudo porque o resto da banda parece gostar mais do novo baterista que do antigo."

Livro: Beatles in Comic Strips
Autores: Enzo Gentile e Fabio Schiavo
240 Páginas
Preço: R$ 48
Editora: Skira
Link de venda: www.amazon.com/Beatles-Comic-Strips

Quadrinho interativo

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Randall Munroe

XKCD

XKCD

O XKCD é um site de tiras conhecido pelo seu senso de humor cortante e refinado e desenhos minimalistas. Criado pelo americano Randall Munroe, físico formado na Christopher Newport University e ex-projetista de robótica do Centro de Pesquisa Langley da NASA, o site vive figurando em listas de portais relacionados à cultura digital e cobre os mais diversos assuntos, indo do simples romance à complexas relações matemáticas.

Em um trabalho recente, porém, o quadrinista se superou com sua obra Click and Drag. A tira interativa do XKCD permite que você movimente o último quadro da história e revela um mundo inteiro de pequenas surpresas espalhadas por uma paisagem imensa, com túneis, torres, pontes e uma centena de pequenos habitantes, citações a filmes e piadas conceituais.

Para ver o quadrinho em movimento é preciso visitar o site de Munroe, onde você com certeza vai perder muito tempo buscando cada detalhe desse mundo oculto em quadrinhos. Quem cansar de procurar pode ver a imagem com opção de zoom clicando aqui. Mas fica o aviso: a mágica da obra do XKCD funciona muito melhor com a área de exibição reduzida do último quadrinho da tira e ver a paisagem inteira de uma vez vai reduzir a experiência de todo leitor.

Veja a tira e surpreenda-se com o trabalho e a imaginação de Monroe.

Vai lá: http://xkcd.com/1110

Super-heróis popstars

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Não é de hoje que o mundo dos quadrinhos flerta com a cena musical e vice-versa. Dezenas de bandas já contaram suas trajetórias e seus feitos através das HQs, de Beatles à Spice Girls, de Rolling Stones à Amy Winehouse. A fascinante junção dos dois universos encorajou dois artistas a criarem séries distintas de super-heróis no comando de bandas de rock.

Numa espécie de paródia, o artista alemão Uwe de Witt, que destina boa parte de seu trabalho à arte digital, realizou o projeto “Superhero Cover Parody”, onde personagens como Ciclope dos X-men protagoniza a icônica capa de Aladdin Sane de David Bowie, ou então o Motoqueiro Fantasma interpreta Prince na clássica capa de Purple Rain.

Seguindo o mesmo conceito, o desenhista Cliff Chiang, - que atualmente trabalha para a DC Comics com Brian Azzarello nos quadrinhos da Mulher Maravilha -, mostra Elektra Assassina incorporando Jennifer Beals na memorável capa de Flashdance, assim como Ororo Monroe, a Tempestade dos X-Men, dando uma nova roupagem à Janet Jackson dos anos 80.

Fazendo uma brincadeira com a cultura pop ocidental, os dois artistas mostram uma realidade pouco comum na narrativa dos personagens das HQs, onde super-heróis cansados da vida de perseguições e da luta contra o crime encaram o showbusiness como uma alternativa.

Veja na galeria.

(*) Felipe Pedroso é historiador, escritor e mantém o blog de arte e cultura BLCKDMNDS

A verdadeira arte de Argo

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Já cotado como um dos favoritos para o Oscar 2013, Argo vem liderando bilheterias de todo o mundo. Dirigido e estrelado por Ben Affleck, o filme estreou no Brasil no último fim de semana e está fazendo barulho com a história de uma operação da CIA para extrair seis diplomatas americanos de uma situação de resgate em Teerã, no Irã. E a febre de Argo chegou aos fãs de quadrinhos por causa do envolvimento de um famoso ilustrador americano na operação internacional que ficou conhecida como "A Crise dos Reféns" de 1979.

Inspirado por uma história real, o filme mostra a agencia de inteligência americana criando uma produção cinematográfica falsa, tudo com o objetivo de salvar os americanos detidos no oriente médio. Affleck interpreta o agente especial da CIA Tony Mendez, que lidera toda a complexa operação. Na vida real, o agente Mendez usou desenhos e storyboards falsos para convencer as autoridades iranianas de que era um produtor fazendo um filme na capital do país, desenhos esses criados por ninguém menos que Jack Kirby.

Sem saber da operação por trás do falso filme, o co-criador do Homem-Aranha e do Incrível Hulk havia feito desenhos para a adaptação cinematográfica de um romance chamado O Senhor da Luz, escrito por Roger Zelazny (vencedor do prêmio Hugo de 1968). O trabalho foi feito por Kirby para um produtor chamado Barry Geller, que também sem saber da operação foi contratado como produtor executivo do falso filme da CIA.

O filme de Affleck não usa os originais que Kirby fez em 1979. Por isso, veja alguns deles na galeria e descubra como foi que o co-criador de tantos super herois indiretamente ajudou a salvar seis vidas em meio a uma das maiores crises diplomáticas entre Oriente e Ocidente no final do século XX.

Veja o trailer abaixo.

 

(via Comicsalliance e Comicbookmovie)


Garota Tubarão

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Na semana passada a editora Marvel apresentou uma nova personagem dos X-Men que estreia no #20 de Wolverine & The X-Men. Iara dos Santos, nomeada em homenagem à famosa sereia do folclore brasileiro, é uma recifense de Boa Viagem que se descobre a mutante Garota-Tubarão (ou Shark Girl, no original em inglês) e que parte para cima de pescadores que buscam barbatanas no litoral brasileiro.

A revista que conta a gênese da nova X-Men brasileira, a descoberta de seus poderes, seu encontro com Anjo e as primeiras batalhas de sua vida, incluindo o traumático momento de sua transformação. O próprio Anjo ainda brinca com os companheiros de X-Men enquanto tenta explicar quais os poderes da garota, dizendo que "ela é como um lobisomem, só que com mais dentes".

Iara não é a primeira brasileira a integrar a mais famosa equipe de mutantes dos quadrinhos internacionais, nem a estreante entre os brasileiros como herois e vilões das HQs. Na lista abaixo você vê que outros tupiniquins que surgiram e fizeram sucesso nos quadrinhos internacionais das duas grandes editoras dos EUA.

 

Reprodução/DC

Fogo em dois momentos: no presente (esq.) e como Green Fury ainda nos anos 80 (dir)

Fogo em dois momentos: no presente (esq.) e como Green Fury ainda nos anos 80 (dir)

Fogo - Introduzida em 1979 nos Super Amigos (DC) como Green Fury, Beatriz da Costa ganhou sua primeira grande participação em 1986 na série Infinity Inc. Criada por E. Nelson Bridwell e Ramona Frado, a personagem é uma modelo carioca que trabalha para o serviço secreto brasileiro e que ganha seus poderes graças a uma estranha espécie de "misticismo brasileiro"


Reprodução/Marvel

Escândalo em sua mais famosa aparição: torturando a Pistoleira

Escândalo em sua mais famosa aparição: torturando a Pistoleira

Escândalo - Filha de Vandal Savage (inimigo clássico do Lanterna Verde desde os anos 40), a personagem da DC criada por Gail Simone e Dale Eaglesham é uma das mais terríveis vilãs da DC dos anos 2000 e já armou tanto contra a Liga da Justiça como contra seu primeiro grande time, o Secret Six


Reprodução/DC

O playboy brasileiro Mancha Solar em sua encarnação animada

O playboy brasileiro Mancha Solar em sua encarnação animada

Mancha Solar - Roberto Da Costa, filho do magnata brasileiro Emmanuel da Costa, foi introduzido pela Marvel ainda nos anos 80 como um jovem integrante dos X-Men. Absorvendo e controlando o poder dos raios solares, ele tornou-se uma parte importante da equipe com a chegada dos anos 00 e o estabelecimento da série X-Force


Reprodução/DC

Allegra Garcia

Allegra Garcia

Allegra Garcia - Vilã dos Teen Titans criada em 2009, a filha do vilão Eduardo Reyes (Wavelenght) controla o espectro eletromagnético da mesma forma que seu pai. Sem identidade secreta, ela persegue a equipe de jovens herois da DC desde então.


Reprodução

A Amara Aquilla dos anos 80 (esq.) e a encarnação atual (dir.)

A Amara Aquilla dos anos 80 (esq.) e a encarnação atual (dir.)

Magma - Originalmente criada pela Marvel nos anos 80, Amara Aquilla ganhou uma nova história no ano passado, encarando uma imigração ilegal para se juntar a Magneto nos EUA. A Magma da Terra TRN016 entrou no país pela fronteira do México e passou a integrar a Resistência Mutante (nome dado ao time de vilões mutantes da série X-men Legacy) em março de 2011, quando se tornou uma das principais inimigas dos X-Men na série.


Reprodução/DC

José Hernandez, o Lanterna Verde brasileiro

José Hernandez, o Lanterna Verde brasileiro

José Hernandez - O Lanterna Verde brasileiro teve vida curta. Sua única aparição no universo DC foi em Legends of the DC Universe: Crisis on Infinite Earths, publicada originalmente em 1999. O Lanterna da Terra-D morre junto com todos os outros herois desse universo no colapso dos mundos que ocorre no final da série.

Ela cresceu...

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Angeli

Angeli conta como é ver sua filha crescendo em tira especial para a Trip

Angeli conta como é ver sua filha crescendo em tira especial para a Trip

Melhor do que pedir para Angeli falar sobre como é ver sua filha crescendo é pedir para ele desenhar esse sentimento. Grande nome do quadrinho nacional, ele fez com exclusividade para a Trip uma tira que abre o ensaio da belíssima Sofia, filha do cartunista, que posa em seu primeiro ensaio sensual como Trip Girl na edição de novembro da revista.

Aqui no site você já viu duas fotos quentes e o vídeo com o making of do ensaio que estampa as páginas da Trip #216 (que já está nas bancas). Agora você vê também a tira que o pai fez para falar da transformação de Sofia de menina em mulher (acima).

A Trip #216 tem ainda uma série de prfis de pessoas com menos de 40 anos que lutam diariamente pela transformação de suas comunidades, Letícia Sabatela nas Páginas Negras, como foi o Prêmio Transformadores 2012 e muito mais.

HQ para o Apocalipse

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Dia 21 de dezembro se aproxima e o fim do mundo está próximo. Pelo menos é o que dizem as profecias maias que inundaram a cultura pop de referências a uma série de hecatombes apocalipticos que ocorreriam nos últimos dias de dezembro deste ano. Verdade ou mentira, há ainda muito o que se fazer antes da data, como por exemplo conhecer o trabalho desses quadrinistas brasileiros da nova geração que publicam quase diariamente suas tiras na internet.

Ácidos ou meigos, violentos ou pacíficos, irônicos ou diretos, cada um dos artistas dessa lista tem sua qualidade especial. Então, se você gosta de quadrinhos, essa é a hora certa para conhecer esses trabalhos.

Veja a lista abaixo e divirta-se. 

Cabuloso suco gástrico: Estabelecido em julho deste ano, o site traz a produção semanal de Breno Ferreira, talentoso quadrinista que abusa da acidez em seu trabalho. As questões filosóficas que envolvem o cotidiano são vistas sob um olhar muito crítico, que não deixa pedra sobre pedra depois do último quadro de cada tira.

Breno Ferreira

Cabuloso suco gástrico

Cabuloso suco gástrico

Cabuloso suco gástrico

 

Sapato branco - Feito pela dupla Felms e Bellini, o site traz as tiras de inspiração noventista que só começaram a ser publicadas neste mês. Uma novidade fresquinha para você curtir apreciando os traços e desfechos brilhantes das histórias do par de artistas. 

Felms e Bellini

Sapato Branco

 Sapato Branco

Sapato Branco

 

Vida e obra de mim mesmo - O mais veterano dessa lista é Ricardo Coimbra, que publica na internet desde 2009. Sempre em preto e branco, o cartunista apavora nos desenhos enquanto coloca o dedo na ferida dos reacionários, religiosos, políticos e grandes empresários com mania de grandeza.

Ricardo Coimbra

Vida e Obra de Mim Mesmo

Vida e Obra de Mim Mesmo

Vida e Obra de Mim Mesmo

 

Ultralafa - Mais um experiente quadrinista do underground, Daniel Lafayette gosta de misturar seu estilo vibrante de ilustração com uma forte crítica social. Seu trabalho é o perfeito encontro entre personagens adoráveis e situações causticas, quase como um Happy Tree Friends mais cínico e implacável.

Daniel Lafayette

Daniel Lafayette

Daniel Lafayette

Daniel Lafayette

 

Max Reebo - Veículo criativo de Pedro Falcão e Daniel W, o site é a casa da popular tira Lost Hope, que rendeu à dupla a função de serem os quadrinistas oficiais da última edição do festival SWU. Na pauta, drogas, Star Wars, política e heavy metal. Para quem tem estômago forte e senso de humor cortante.

Max Reebo

A Lost Hope

A Lost Hope

A Lost Hope

Vai lá: Cabuloso suco gástrico / Sapato branco / Vida e obra de mim mesmo / Ultralafa / Max Reebo

V.I.S.H.N.U.

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Chega às lojas neste mês, pela Companhia das Letras, a graphic novel de ficção científica V.I.S.H.N.U, com roteiro de Ronaldo Bressane e arte do Fabio Cobiaco sobre argumento de Eric Acher. A HQ conta a história de um mundo futurista onde a inteligência artificial é banida, mas que ressurge das cinzas para novamente tomar o controle das vidas humanas através de seus mecanismos de dominação.

O resultado é uma história de tirar o fôlego sobre uma força da informática que tenta renascer e o poder de controle ao que é capaz de recorrer em uma trama densa de ação, mistério e revolução. As influências ali presentes passam pelos grandes nomes da ficção científica internacional. V.I.S.H.N.U traz traços de Philip K. Dick, William Gibson, Ray Bradbury, Isaac Asimov e JG Ballard, além de muita personalidade própria em um fator que torna o lançamento único no mercado editorial brasileiro: o formato 29x29cm que deixou o livro com mais de um quilo.

"De cara nos demos bem os três, porque o Cobiaco também é superfã de ficção científica e muito ligado em alta tecnologia — assunto em que Eric domina amplamente", conta Ronaldo Bressane, escritor e jornalista, colaborador de longa data da Trip. "Outro tema em que Cobiaco e eu nos identificamos é a afrociberdelia proposta por Chico Science, que de algum modo 'passeia' sobre a narrativa, em especial na pegada pop de alguns personagens e situações" Ele conta um pouco sobre o processo de criação da HQ na entrevista abaixo

Como surgiu a ideia da HQ?
Eric Acher, um investidor de venture capital e leitor do pensador indiano Krishnamurti, tinha uma ideia de argumento, não sabia se para cinema ou para quadrinhos, nascida de suas inquietações em relação à velocidade das descobertas tecnológicas e ao livre-arbítrio do homem em relação ao que quer para o futuro, em especial em relação a temas como o upload de consciência, a imortalidade e a criação de inteligências artificiais. Eric é um dos investidores da RT Features, produtora de cinema e projetos especiais do Rodrigo Teixeira. O RT sentiu que a ideia daria uma boa HQ.  Na época, Joca Reiners Terron havia levado ao RT o projeto de criar parcerias entre quadrinistas e escritores. Nesse pacote estão Vanessa Barbara/ Fido Nesti, Marcelino Freire/ Guazzelli, Emílio Fraia/ DW, Angélica Freitas/ Odyr e outros. E aí promoveu esse 'casamento' entre mim, o Eric e o Cobiaco. 

E como foi que chegaram aos nomes? 
Sou amigo do Joca já e havia participado de outros projetos da RT — como a antologia Este Livro Está Diferente, criada pela RT e publicada pela Cia das Letras. Mas Joca me chamou não só por ser meu amigo, e sim porque sabe de minha obsessão por ficção científica — na época já estava escrevendo um romance de FC (que aliás terminei em julho de 2012) —, e ao Cobiaco, por conta de sua influência de Moebius e outros quadrinistas clássicos dos anos 70, em especial de FC. Há muito tempo eu escrevia roteiros de HQ, mas nunca havia achado um parceiro para minhas ideias.

E vocês já se conheciam?
Não, Nenhum dos três se conhecia antes deste projeto, e é o primeiro livro de HQ para todos (mesmo Cobiaco, que é uma lenda viva da ilustração nacional, não tinha um álbum próprio). Talvez porque a gente não soubesse que era tão estranho, funcionou.

E como foi o processo de criação?
Após muitas e muitas conversas regadas a café expresso extraforte, a partir do argumento original Eric e eu, ambos leitores de Philip K. Dick, William Gibson, Ray Bradbury, Isaac Asimov e JG Ballard, tínhamos personagens novos, nomes novos, locações e ambientações diferentes, novas sequências - e um final aberto, metafísico. Originalmente a HQ se passaria somente entre Índia e Brasil; depois incorporamos Colômbia, EUA, Argentina e até a Ilha de Páscoa. A atual velocidade da tecnologia fez com que tivemos de mudar algumas coisas no roteiro. Por exemplo: havia um gadget muito semelhante ao Siri, do iPhone, criado uns 2 anos antes do lançamento do aplicativo; quando a Apple lançou o iPhone 4, abortamos o brinquedo.

E com o Cobiaco?
Cobiaco entrou num segundo momento, quando o primeiro roteiro já havia sido escrito, para emplacarmos a HQ na Companhia das Letras. De cara nos demos bem os três, pois Cobiaco também é superfã de FC e muito ligado em alta tecnologia — assunto em que Eric domina amplamente. Outro tema em que Cobiaco e eu nos identificamos é a afrociberdelia proposta por Chico Science, que de algum modo 'passeia' por sobre a narrativa, em especial na pegada pop de alguns personagens e situações. A partir do primeiro draft, o louco do Cobiaco desenhou 50 páginas deslumbrantes, que foram levadas à Cia das Letras pelo editor André Conti e prontamente aprovadas. Desde o início Cobiaco optou por uma solução radical:  produzir tudo em preto e branco, extraindo o máximo possível de suas técnicas (nanquim, aquarela, aguada, retícula, photoshop etc etc). Mas, lá pelo 4o ou 5o tratamento do roteiro, o louco do Cobiaco resolveu que o avatar gráfico do personagem V.I.S.H.N.U., digamos que o seu 'resumo geométrico', seria um quadrado. Então Cobiaco resolveu redesenhar todas as primeiras páginas, que já haviam sido finalizadas em 21x28, no formato 29x29, quadrado como o personagem principal. Só isso deve ter levado um ano.

Quanto tempo desde o começo do projeto? 
Desde que começamos o projeto, lá por 2007, foram 10 tratamentos de roteiro e centenas de rascunhos. Houve muitas confusões na vida de cada um dos integrantes do que chamamos ABC Comix - nascimentos, separações, mudanças de cidade, protelações por conta de outros projetos -, mas entre os três nos  resolvemos. E afinal, em setembro deste ano, finalizamos a última prova revisada, incorporando os pitacos de Conti, e entregamos os originais à Cia. das Letras. Entre vários pioneirismos do livro, a graphic novel é o primeiro livro de FC brasileira publicado pela Cia., a primeira graphic novel brasileira de FC, o primeiro álbum desenvolvido neste esquema de trabalho. Não temos a menor ideia de como será a repercussão do trabalho - pode ser um sucesso ou um fracasso de vendas. Porém, só por ser concluída, a HQ já é bem-sucedida: demonstra que funciona muito bem um esquema de trabalho em que um dos envolvidos é também o principal investidor — e que, mesmo antes de o livro estar pronto, esteja aprovado por uma grande editora, tendo uma produtora de cinema por trás. Quem trabalha com quadrinhos no Brasil sabe bem que somente 1% dos projetos acabam sendo viabilizados. Publicar um livro deste tamanho e com essa ambição será certamente muito inspirador para muitos leitores e artistas. E, afinal, este é apenas o Episódio Um de V.I.S.H.N.U.^^~-_-

Veja abaixo o booktrailer de V.I.S.H.N.U.

Livro: V.I.S.H.N.U.
Autores: Eric Acher, Ronaldo Bressane e Fabio Cobiaco
224 páginas
Preço: R$55
Editora: Companhia das Letras
www.companhiadasletras.com.br

O melhor de 2012

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